Contaminação com corante no Lago do Parque Botânico, conhecido como Córrego das Tulipas em Jundiaí

Lago contaminado no Lago das Tulipas
O MPSP (Ministério Público de São Paulo) instaurou ontem um inquérito para apurar a contaminação com corante de um lago do Parque Botânico Tulipas Professor Aziz Ab’Saber, pois um caminhão que transportava o corante tombou, derramou a carga, que escoou para o lago no parque, conhecido como Córrego das Tulipas. Segundo o órgão, o caso tem provocado prejuízos aos recursos hídricos e à fauna do local.
A ocorrência mobilizou diversos agentes no município. Entre eles, guardas municipais, fiscais da prefeitura, voluntários e representantes de ONGs.
Segundo Domenico Tremaroli, gerente da Cetesb de Jundiaí, o impacto é pequeno, no ponto de vista de fauna, de vida aquática, mas existe um impacto visual muito grande, por ser um produto corante, mas não é um corante que acarreta em grandes perigos ao meio ambiente. Segundo ele, com a diluição, o problema vai ser resolvido e eliminar os efeitos do produto. “Mesmo que não tenha toxidade elevada, pela concentração, ele acabou atingindo um pouco da vida aquática”, Domenico.
A Associação Mata Ciliar resgatou três gansos e um pato que ficaram azuis. Além do resgate, a Associação também encontrou diversos peixes mortos. Após o resgate, os animais estão passando por um processo de desintoxicação e banhos, para que todo o produto saia da plumagem.
“Alguns patos e algumas aves, por conta do produto, ficaram coloridos. É um produto que tem dispersão pela luz do sol, mas a pigmentação dura bastante, então há necessidade de muita água para que ele seja dissipado”, concluiu o coronel da Defesa Civil.
A médica veterinária da Mata Ciliar, Yasmin Canja, informou que os animais resgatados passaram por um processo de desintoxicação e, agora, a equipe trabalha para dar banho em todos e retirar o corante. O procedimento utiliza apenas água morna ou quente, detergente neutro e com álcool. Em seguida, o álcool e detergente são retirados das penas. Segundo ela, os animais estão bem, mas serão monitorados.
“Eles estão ativos e se alimentando. A nossa única preocupação é a respeito da substância, porque ainda não sabemos qual a composição dela. A primeira coisa que fizemos foi administrar o carvão ativado, que é uma substância porosa e ajuda a diminuir a toxicidade do produto. O segundo passo é realizar os banhos, já que o corante não sai tão fácil. É preciso retirar porque os patos e gansos limpam as penas com frequência e, neste processo, podem ingerir novamente o produto”, explica.
A Promotoria solicitou à Polícia Militar informações do boletim de ocorrência do caso e também pediu dados ao município e à Cetesb -Companhia Ambiental do Estado de São Paulo e solicitou um relatório de vistoria no local e informações sobre a vulnerabilidade do Córrego das Tulipas, que já foi impactado por ocorrências outras vezes.